"Relações
étnico-raciais e política"
Torna-se a dizer oportuno, que a análise do tema relações
étnico-raciais e política, apresentado por Gilmara Souza, inicia-se pela dissertativa
focada na violência não destacável, a violência que anula o direito do sujeito.
Considerando que no Brasil a violência envolve os padrões a as normas
tornando-a comum, ela aceita o pressuposto utilitarista de que a moral consiste
em pesar custos e benefícios, e apenas espera uma avaliação mais ampla das
consequências sociais.
Convém ressaltar que raça é uma categoria das espécies
de seres vivos, utilizada pela biologia como forma de classificação. Em termos
sociais, o uso do termo raça é usado enquanto senso comum para determinar
grupos étnicos a partir de suas características genéticas[1].
Embora o texto não venha discutir o sistema classificatório empregado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seus levantamentos
para a identificação racial das pessoas, o qual é replicado nos registros
administrativos da União[2]. Ele
reafirma o racismo institucional, evidenciando a violência, que não chega a
surpreender, a morte a tiros não causa espanto
[3].
Registra-se ainda denúncia da banda Titãs, na célebre
“Miséria”, dizendo [...] A morte não causa mais espanto. O Sol não causa mais
espanto. [...] Miséria é miséria em qualquer canto. Riquezas são diferentes.
Cores, raças, castas, crenças [...][4], a
morte “matada” não causa mais espanto, assassinato a tiros, não causa mais
espanto. Infelizmente em plana pauta de discussão dedicada às relações
étnico-raciais e política, uma Mulher, negra, feminista, socióloga “cria da
favela”, com uma vida política dedicada à militância na defesa dos direitos
humanos e contra ações violentas nas favelas, é assassinada. É inegável exigir
a imediata investigação e punição dos assassinos. Esse é mais um ato ostensivo
de violência que afronta à civilidade brasileira, país plural, alicerçado em um
desenvolvimento econômico escravocrata, em verdade, dividindo a sociedade
brasileira em dois grupos: o branco, formado por cidadãos livres e o outro
negro, constituído de homens e mulheres “não cidadãos” escravizados. A raiz da
sociedade brasileira consolida as atitudes, preconceitos e comportamentos que
rejeitam, discriminam e excluem pessoas por qualquer distinção, cujo objetivo é
anular ou destruir o exercício dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer
outro campo da vida pública[5]. Um
exemplo foi o processo de ocupação ou povoamento da região Sul por europeus,
quando o governo brasileiro, a nosso pensar, procurando defender seu domínio
sobre essa porção do país, incentivou à imigração europeia. Verdade seja, a
real intenção do governo foi a branquitude ou branqueamento da população. Por
iguais razões a região poderia ser ocupada por escravos alforriados, homens
livres, que em verdade teriam autonomia em desenvolver cultivos agrícolas e o
comércio interno no país.
A condução governamental de um país sério, seria, agir com
justiça, proclamar a redenção da conduta monárquica de escravidão. Ao contrário
de criar um mito de democracia racial, camuflado em racismo, impedindo a
construção de uma sociedade harmonicamente racial. Por tais razões nosso país
padece trazendo à tona o preconceito e o eterno questionamento, “que país é esse?
”
[2] GUERREIRO,
R. Osório. TD 0996-O sistema classificatório de cor ou raça do IBGE. Brasília, DF. Novembro de 2003. IPEA. Fonte: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=4212.
Acesso em 15 de março de 2018.
[3]
BBC Brasil Morte de vereadora no Rio ‘muito infelizmente reflete as
estatísticas’. Fonte: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=32635.
Acesso em 15 de março de 2018. Consequentemente.
[5]
International Migration, Racism, ONU, 2001. Adaptado.
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