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sábado, 12 de maio de 2018

Relações étnico-raciais e política


"Relações étnico-raciais e política"
Torna-se a dizer oportuno, que a análise do tema relações étnico-raciais e política, apresentado por Gilmara Souza, inicia-se pela dissertativa focada na violência não destacável, a violência que anula o direito do sujeito. Considerando que no Brasil a violência envolve os padrões a as normas tornando-a comum, ela aceita o pressuposto utilitarista de que a moral consiste em pesar custos e benefícios, e apenas espera uma avaliação mais ampla das consequências sociais.
Convém ressaltar que raça é uma categoria das espécies de seres vivos, utilizada pela biologia como forma de classificação. Em termos sociais, o uso do termo raça é usado enquanto senso comum para determinar grupos étnicos a partir de suas características genéticas[1]. Embora o texto não venha discutir o sistema classificatório empregado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seus levantamentos para a identificação racial das pessoas, o qual é replicado nos registros administrativos da União[2]. Ele reafirma o racismo institucional, evidenciando a violência, que não chega a surpreender, a morte a tiros não causa espanto [3].
Registra-se ainda denúncia da banda Titãs, na célebre “Miséria”, dizendo [...] A morte não causa mais espanto. O Sol não causa mais espanto. [...] Miséria é miséria em qualquer canto. Riquezas são diferentes. Cores, raças, castas, crenças [...][4], a morte “matada” não causa mais espanto, assassinato a tiros, não causa mais espanto. Infelizmente em plana pauta de discussão dedicada às relações étnico-raciais e política, uma Mulher, negra, feminista, socióloga “cria da favela”, com uma vida política dedicada à militância na defesa dos direitos humanos e contra ações violentas nas favelas, é assassinada. É inegável exigir a imediata investigação e punição dos assassinos. Esse é mais um ato ostensivo de violência que afronta à civilidade brasileira, país plural, alicerçado em um desenvolvimento econômico escravocrata, em verdade, dividindo a sociedade brasileira em dois grupos: o branco, formado por cidadãos livres e o outro negro, constituído de homens e mulheres “não cidadãos” escravizados. A raiz da sociedade brasileira consolida as atitudes, preconceitos e comportamentos que rejeitam, discriminam e excluem pessoas por qualquer distinção, cujo objetivo é anular ou destruir o exercício dos direitos humanos e das liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública[5]. Um exemplo foi o processo de ocupação ou povoamento da região Sul por europeus, quando o governo brasileiro, a nosso pensar, procurando defender seu domínio sobre essa porção do país, incentivou à imigração europeia. Verdade seja, a real intenção do governo foi a branquitude ou branqueamento da população. Por iguais razões a região poderia ser ocupada por escravos alforriados, homens livres, que em verdade teriam autonomia em desenvolver cultivos agrícolas e o comércio interno no país. 
A condução governamental de um país sério, seria, agir com justiça, proclamar a redenção da conduta monárquica de escravidão. Ao contrário de criar um mito de democracia racial, camuflado em racismo, impedindo a construção de uma sociedade harmonicamente racial. Por tais razões nosso país padece trazendo à tona o preconceito e o eterno questionamento, “que país é esse? ”


[1] Fonte: https://www.significados.com.br/raca/. Acesso em 15 de março de 2018.
[2] GUERREIRO, R. Osório. TD 0996-O sistema classificatório de cor ou raça do IBGE.  Brasília, DF. Novembro de 2003. IPEA. Fonte: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=4212. Acesso em 15 de março de 2018.
[3] BBC Brasil Morte de vereadora no Rio ‘muito infelizmente reflete as estatísticas’. Fonte: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=32635. Acesso em 15 de março de 2018. Consequentemente.
[4] Miséria. Sergio Affonso / Paulo Miklos / Arnaldo Filho.

[5] International Migration, Racism, ONU, 2001. Adaptado.

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