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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Linguagem cartográfica

Linguagem cartográfica
Maria Elena Simielli

Na vida moderna, é cada dia mais notório e importante a utilização de mapas; portanto, cada vez mais, o trabalho do cartógrafo deve ser baseado nas necessidades e interesses dos usuários dos mapas. Por isso mesmo o cartógrafo deve conhecer subjetivamente o indivíduo que vai utilizar os mapas.

Fundamentalmente, isso nos leva a destacar a importância da criação de uma linguagem cartográfica que seja realmente eficiente para que o mapa atinja os objetivos a que se propõe.
Para tanto é necessário que o cartógrafo esteja capacitado a manipular da maneira mais completa possível as informações cartográficas, através de uma linguagem cartográfica adequada, que por sua vez engloba a confecção e o uso do mapa num só processo – o processo da comunicação da informação cartográfica.

O mapa como meio de comunicação será realmente eficiente se esse processo não for interrompido, ou seja, o uso de uma linguagem cartográfica válida tanto para a transmissão da informação como para leitura e consumo do mapa.
A linguagem cartográfica adquire maior importância a partir do momento em que o cartógrafo, já tendo realizado a observação seletiva da realidade, transforma esse modelo intelectual multidimensional (da realidade) numa forma intelectual de informação cartográfica. É graças aos símbolos dessa linguagem que o cartógrafo materializa a sua informação intelectual.
Estabelecer essa linguagem é uma grande responsabilidade para o cartógrafo, pois o mapa não se baseia em uma “convenção” qualquer.
Ao pensar no mapa como transmissor de informações, deve-se ter em mente os princípios da comunicação em cartografia. Se os mapas são veículos no processo de comunicação, mediante símbolos cartográficos, é preciso apresentar a informação adequadamente e, para tanto, conhecer as regras da comunicação e assim expressar como dizer o quê?, como? e para quem?.

Para se entender plenamente a linguagem cartográfica, é preciso destacar aqui a importância da semiótica, ciência geral de todas as linguagens, mais especialmente dos signos.
O signo é algo que representa o seu próprio objeto. Ele só é signo se tiver o poder de representar esse objeto, colocar-se no lugar dele, e, então, ele só pode representar esse objeto de um certo modo e com uma certa capacidade.
O signo só pode representar seu objeto para um intérprete, produzindo na mente deste um
outro signo, considerando o fato de que o significado de um signo é outro signo.

O signo possui dois aspectos: o significante e o significado. O significante constitui-se no aspecto concreto (material) do signo. Ele é audível e/ou legível. O significado é o aspecto imaterial,  conceitual do signo. O plano do significante é o da expressão e o plano do significado é o do conteúdo. Esses aspectos levam à significação que seria o produto final da relação entre os dois.
A relação entre palavras e coisas é determinada pela necessidade de designar as coisas pelas palavras. Disso deriva que o signo é sempre arbitrário e seu significado é estabelecido simplesmente por uma convenção. Por isso o signo é representativo, ocupando o lugar das coisas e não nas coisas.

SIMIELLI, Maria Elena. “O mapa como meio de comunicação e a alfabetização cartográfica”.
In: ALMEIDA, Rosângela Doin de. Cartografia escolar. São Paulo: Contexto, 2007. p. 77-79.

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